Sen Çal Kapimi é um verdadeiro sucesso?!

Para entender se Sen Çal Kapimi é uma Dizi promissora, “Nós Mínimos Detalhes” lista para você alguns eventos que preveem que a nova “Dizi” da Fox veio para marcar o mundo das séries.

Primeiramente, os talentosíssimos kerem Bursin (protagonista) e Hande Erçel (protagonista) formam o casal Eda e Serkan. A MF Yapim a produtora e Ayşe Kutlu escritora (Erkinci Kus). Vale ressaltar, que o canal de transmissão é a Fox Turkey e ela tem investido em publicidade, engajamento nas redes sociais e promoção internacional da Dizi. Pronto, listados os principais ingredientes de sucesso.

A Comédia Romântica tem um humor leve, reflexões sociais e romantismo modesto. Abertura já comprova isso com um colorido especial.

Além disso, o enredo destaca-se pela presença de mulheres empoderadas e protagonistas masculinos modernos. Ademais, a mocinha, tem uma vida difícil, mas não vive choramigando, ao contrário ela é corajosa e ousada. O tema relacionamento arrumado repete-se, porém com um tom de liberdade de escolhas e “igualdade de gênero”.

Outro ponto positivo são os personagens secundários, todos estão bem engajados na história, em destaque especial para: Ayfer, Ceren, Melek (Melo) e Figen (Fifi).

O casal protagonista Eda e Serkan lembra Darcy e Elizabeth em uma versão moderna. Eles possuem uma conexão para além das estrelas. #EdSer é o misto de emoções, eles vivem em mundos diferentes e dentro das suas mentiras eles mostram-se verdadeiros um para com o outro. A paixão é alimentada pela raiva, mas no fundo eles estão com receio de descobrir seus reais sentimentos. As cenas do casal se desenvolvem de forma natural, oras garantem muita sedução e oras diversão.

É importante lembrar que a série é “levemente” inspirada em Românticos Clássicos, vamos citar alguns mais explícitos:
“Uma linda Mulher” (1990) – Eda dirigindo o carro do Serkan, a história da limusine , tapete vermelho e voo a Londres e o relacionamento falso.
“A proposta” (2009)- Serkan e Eda têm um relacionamento por contrato e noivado rápido. Serkan é “Margaret Tate” de calças, lembre da cena dele chegando no escritório.
As referências Turcas, “Kara Para Ask” (2014), Ömer algema-se a Elif e ambos passaram momentos de sufoco.
“Kiralik Aşk” são muitas as referências ao casal #Deföm. Eda surpreende Serkan com beijo, o casal irá trabalhar junto e ainda tivemos o momento arrepiante do “subir o zíper do vestido”.
O Banner da Dizi Sen Çal Kapimi é inspirado no filme “A Verdade Nua e Crua” (2009). Ufa, são muitos remates. O que comprova que teremos episódios de tirar o fôlego e a paz do fandom.

Em suma, na perspectiva técnica, o cenário, a playlist musical e todo o roteiro é impecável. Os atores estão dando o melhor de si, além disto, a série é sucesso de audiência na Turquia e no mundo. Outro fato, a história tem marcações temporais (dois meses tão mencionado pelo casal), ilustrando que a escritora sabe onde quer chegar, e melhor sabe como fazer para desenrolar o roteiro sem caí no pecado da enrolação.

Em fim, após todas as reflexões dos primeiros episódios, pode-se afirma que sim, a série é e será um sucesso!

Dizi: Série

*Imagens das redes sociais

Texto por: L. Maricota

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Ebru Şahin melhor atriz de 2019?

O mundo da famosidade Turca esteve muito agitado neste Domingo (05/07/2020). Toda a movimentação foi graças ao “Prêmio Pantene Borboleta 2020”, que é conferido as celebridades Turcas destaques em 2019 (Estilo Troféu Domingão).

E nós vamos comentar “Nos Mínimos Detalhes” algumas indicações.
E o prêmio de Melhor Atriz vai para… Ebru Şahin, a Reyyan da Dizi Hercai (2019).

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Confiram, quatro motivos que fazem da Ebru Sahin merecedora desse prêmio:

Motivo 4- A Ebru Sahin é carismática.!

Nas redes sociais ela se destaca como extrovertida, sempre carinhosa com fãs e amigos de elenco.

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Motivo 3- Ebru é uma atriz completa!

Observe que em todos os papéis e núcleos ela se sai bem. Mesmo quando seu personagem não é o principal, ainda assim, ele consegue chamar atenção, a exemplo disso, foi sua curta participação como Hira em Yasak Elma (2019).

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Em Hercai, isso ficou mais evidente, pois ao passar dos episódios, você perceberá que a Ebru é uma atriz plural e está sempre se adaptando a história e ao elenco, não existe um episódio para você dizer “mesma cara e boca” sempre há algo novo.

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Motivo 2- A plenitude do olhar de quem sabe atuar!

Analisando em detalhes têm cenas que nem precisam de palavras, pois a Ebru consegue transmitir “textões” com apenas um olhar. Por exemplo, nos episódios 3 e 4 de Hercai, na famosa cena em que Reyyan se joga de uma Ponte. Antes que a Reyyan dissesse algo, o público compreende toda a dor da personagem por meio do seu olhar, e já prevê o que irá acontecer. Nota-se que esse olhar não é o mesmo da Cena do Balanço, no Casamento, no “Dia dos namorados” ou os olhares inocentes de quando Reyyan viu o mar ou teve suas “primeiras vezes”. Ebru mostra nessas cenas que não é uma máquina de atuar, por isso ela consegue dá tanta vida a Reyyan.

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Motivo 1- A atuação de Ebru em Hercai.

Dentre tantas cenas boa em Hercai fica difícil escolher uma. Porém, a cena em que Miran abandona Reyyan (início do episódio três), sem dúvidas foi um marco para série e consagrou ainda mais para Ebru Sahin.

Alí são apresentadas as fases de Reyyan: a mocinha acordando do conto de fadas para tornar-se uma Mulher com seus dramas reais. A cena destacou-se pela entrega total da atriz, impossível não assisti sem pensar “Oha que atriz é essa!”.

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Ebru consegue transmitir a Reyyan em êxtases de sentimentos. A cena de dor é representada não apenas com lágrimas, todavia com olhares confusos, com expressões de desesperos e a solidão é representada com o grito abafado.

Cenas como essa faz o público concluir que a Ebru é uma atriz que vale a pena ver atuando. Ademais, ao longo da série, você perceberá que a Ebru entrega-se totalmente a arte, independente do roteiro ela não faz sua atuação menos, pois está sempre dando o seu melhor!

Enfim, além de atuar Ebru Sahin canta, dança e em tudo isso ela dá show! Uma atriz em ascensão como ela merece muitos prêmios!

Inşallah!

*As imagens são da série Hercai, tranmitida pela ATV.

Texto por: L. Maricota

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TOTALMENTE DEMAIS APELA E OPTA POR TRAMA MACHISTA PARA ATRAIR PÚBLICO

Não faz muito tempo que Totalmente Demais foi exibida pela primeira vez na Globo, mas a sociedade está num processo de mudança tão acelerado que a novela já se tornou obsoleta.

Foram necessários menos de 5 anos para que a história escrita por Paulo Halm e Rosane Svartman envelhessesse, principalmente por suas abordagens abordagens, tramas e diálogos machistas.  Se no início o texto causava apenas um pequeno incômodo, com o passar do tempo o machismo no qual a trama se escora tem se tornando cada vez mais explícito e insuportável.

Tudo começa na história principal da trama, que tem causado mais uma vez uma guerra de fandons nas redes sociais. Enquanto os fãs se dividem entre Arliza e Joliza, precisamos deixar claro que os dois são opções ruins para terminar a trama com a mocinha.

Enquanto Jonatas acha que é dono de Eliza e vive chamando-a de “sua ruivinha”, Arthur trata todas as mulheres que passam por sua vida como meros objetos. Ele acredita que elas devem estar ao seu dispor quando ele bem desejar e, sempre que precisa se redimir com o público, cita uma frase de algum conhecido pensador. É de dar nojo! Além disso, Arthur ainda brinca com Carolina como se ela fosse um brinquedo seu e vive para fazê-la sofrer.

Pelo núcleo dos protagonistas ainda circula o pai de Arthur, que, embora brilhantemente interpretado por Reginaldo Faria, apresenta-se como uma versão piorada do filho e é um verdadeiro desserviço.

As tramas paralelas não são diferentes, principalmente a que envolve a mãe do protagonista. Rosângela (Malu Galli) vive uma relação de amor e ódio com o ex-marido cafajeste, personagem cujas falas machistas servem como alívio cômico. Sinto informar, mas machismo não tem graça! Machismo mata! Não tem cabimento que em pleno 2020 achemos isso normal, e muito menos engraçado.

Os próprios autores se apresentam como progressistas em suas rede sociais. Será que se arrependem do desenrolar machista da trama? Não sei. Mas sei que melhoraram bastante em sua última trama, Bom Sucesso (2019), embora tenham apostado mais uma vez em um triângulo amoroso sustentado por situações e personagens machistas.

É bem verdade que Totalmente Demais vem fazendo muito sucesso em sua reexibição, até mais que na exibição original, mas isso não me surpreende! Vivemos num país machista e é uma trama que reforça problemas estruturais para ser popular ao invés de tentar educar (talvez seja isso que a diferencie de Bom Sucesso).

Eu amava a novela e a tinha com muito carinho. É triste ver tantos problemas em sua reprise, mas não posso ser conivente com isso e continuar assistindo. Uma pena!

Texto por: O Noveleiro.

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Sr. Errado, a nova série do Can Yaman

Nesses últimos dias o Fandom das séries Turcas andam mais animados que o normal, e essa animação têm nome, série e dia: Can Yaman, a série Sr. Errado (Bay Yanliş) exibida nas sextas-feiras. Vamos conversar sobre alguns detalhes dessa nova série.

Em Sr. Errado Can Yaman e Özge Gürel repetem a parceiria de Dolunay, vale lembrar que o ator Can Yaman é internacionalmente conhecido, inclusive já esteve no Brasil para alegria do fandom, volta e meia seu nome é destaque nos top trend do Twitter.

Os protagonistas da série são Özgür um jovem bem sucedido, vida amorosa perfeita, por outro lado, Ezgi é uma jovem idealista com a vida profissional em declínio e que coleciona uma lista de relacionamentos fracassados.

Além disso, o que temos em “Sr. Errado”? Uma trama romântica 99% clichê, mas aquele 1% “vagabundo” que faz toda a diferença e que prende o público em cada cena. Analisando, o enredo e o primeiro episódio, já notamos que Özgür e Ezgi tem uma química boa, eles garantem diversão na certa e confirmam que é verdadeira a história dos opostos se atrairem . Özgür e Ezgi encontram-se ocasionalmente em situações inusitadas, e daí eles percebem que precisam um do outro para resolver quesitos da sua vida pessoal.

Ademais, provavelmente, a série é inspirada indiretamente em filmes conhecidos, por exemplo, “Como perder um homem em 10 dias” e “A verdade Nua e Crua”. Em relação a este último, as referências são mais explícitas, percebemos que Özgür é bem estilo “Mike” charmoso, atraente e que no final da noite tem a mulher que deseja. Enquanto, Ezgi tem uma vida pacata e está insatisfeita com sua vida amorosa, assim como “Abby”. Mais ainda, Ezgi conhece o homem “certo”, o médico, assim como a mocinha no filme citado, porém, ela acredita que sem a ajuda de Özgür será difícil engatar no em um novo relacionamento. Nessa troca de cumplicidade, eles irão envolver-se. Özgürr por sua vez irá descobrir que no fundo não tem a mulher que deseja e Ezgi perceberá que o “Sr. Errado” não é tão errado, apenas um cara que precisa de uma senhora “Certa”.  

Enfim, para a alegria do Fandom internacional, a Fox estreitou os laços da Turquia com o mundo, a exemplo disso, para os Brasileiros há um canal no Youtube com chamadas dos episódios e com o Episódio completo com legendas simultâneas em Português, o canal já é um sucesso, consta com mais de 13 mil inscritos. Resumindo, percebe-se que o Can Yaman está bem a vontade com seu personagem, ambiente e estilo de Ozgur, enquanto Ozge Gurel, tem horas que parece Nazli, sem franja, de Dolunay. Outra ressalva, a falta de exploração do ator Serkay Tutuncu em cena (nosso antigo Volkan de Afili Aşk) esse foi um ponto negativo do primeiro epísódio, pois como visto, o ator sem dúvidas já mostrou que tem muito potencial, portanto não deve ficar preso a meras aparições.  

Imagens da Série Bay Yanlis do Canal Fox Turkey

Texto: L. Maricota

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Hercai e os detalhes que encantam

Além das músicas e as seleções poéticas, Hercai encanta pela riqueza de detalhes. Relembre algumas cenas da primeira temporada.

1- SONHO DE REYYAN no primeiro episódio

As primeiras cenas da série são uma eventual visão do futuro. Reyyan com um vestido leve de cor viva e semblante feliz, oras no balanço, oras correndo ou caindo. Miran chama Reyyan, o mundo da jovem entra em colapso, ela aparece correndo descalça, em seguida saindo de uma Cabana em fogo e arrastando um vestido de noiva sujo. Logo, ela cai de Mavi (cavalo), em nova cena ela está diante de uma vitrine admirando um vestido de noite da henna, uma voz intimidadoras (Azize) a aconselha, mas é tarde há uma explosão e tudo desmorona. As cenas revelam que a série está conectada com elementos simbólicos.

2- O AR: cavalgada com Mavi, o Balanço e o estilo de Reyyan

Reyyan deixa claro que gostava da liberdade, sonhava ser um pássaro. O ar é o elemento principal. Reyyan gosta de Cavalgar, de ir para Montanha e sentir-se livre. Observe que os vestidos leves, coloridos, os cabelos soltos, completa a sensação de liberdade total.

Daí, surge Miran, o protagonista, ele constrói um “balanço no céu”. Enquanto balança Reyyan, Miran faz juras de amor. Nota-se que o balanço é um reencontro dos sonhos infantis com a concretização real. O ar batendo no rosto dar a leve impressão de “voar”. Outro fato, o anel de compromisso da Reyyan é uma borboleta.

3- O ENCONTRO DE REYYAN E MIRAN

Dois caminhos e uma fim: o encontro. Miran de um lado amargurado e sem sonhos, no outro Reyyan cheia de vida e de expectativas. Literalmente o caminhos deles se cruzam, Reyyan cavalgando Mavi (cavalo preto) e Miran em um carro preto (de muitos cavalos), o cruzar dos caminhos representa a própria vidas cruzadas: amor, vingança, mistérios e um pai em comum (Hazar pai adotivo de Reyyan é pai biológico de Miran).

4- A TERRA

Já “casados”, após a noite de núpcias Miran abandona Reyyan. Conforme os costumes locais isso era uma sentença de morte para a mulher. Devastada diante tal situação, Reyyan desesperada implora para que Miran não vá: Ele vai. Agora, ali entregue a morte, ela joga-se ao chão. A mãe terra a acolhe. Reyyan, em posição fetal busca forças e amparo.  Paralelo isso, a terra também é o elemento usado para o sepultamento, em cenas a seguir, a Reyyan afirma morreu naquele dia.

5- FOGO

De volta à cabana, lugar onde foi a noite de núpcias do casal, Reyyan já sem esperanças atear fogo naquele espaço. O fogo que também representa paixão, nesse momento surge como força destruidora, Reyyan queria apenas dar fim a tudo que um dia representou seus sonhos. Daí ressurge uma nova Reyyan mais destemida e corajosa.

6- ÁGUA “Nenhum homem pode banhar-se duas vezes no mesmo rio, pois na segunda vez o rio já não é o mesmo, nem tão pouco o homem!” Heráclito

Em cenas posteriores ao abandono, Miran reencontra Reyyan e diz:  “Estou aqui para salvá-la”, (lembrando que pelas tradições Reyyan deveria ser sacrificada pela família), Reyyan afirma: “Eu já estou morta, eu morri naquela manhã!”. A cena é projetada em uma ponte sobre um rio (mar). Reyyan, espírito livre, mostra que era dona de si e de seu destino, dessa forma, resolve quebrar todas as regras. Ela vai ao encontro da morte, joga-se no rio e Miran atira-se em seguida. A água é a própria vida, representa o poder da cura e especialmente a metamorfose. Reyyan e Miran ao sair dessa água nunca mais seriam os mesmo, ou como dizem: Muitas águas passaram debaixo dessa ponte.

L. Maricota

¹ As imagens são da Série Turca Hercai exibida pela Atv

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NarSan x NarGed?

A série Sefirin Kizi (A filha do Embaixador) apresenta Nare e Sancar como os protagonistas. Amantes desde a infância, porém separados pela distância e outras questões.

O sofrimento de Nare se inicia aos dezoito anos, quando ela é estuprada e, sem amparo do pai, foge ao encontro de Sancar.

Nesse reencontro eles casam-se pelo “Iman” (Casamento religioso Turco), mas não são “felizes para sempre”!

Sancar descobre que Nare não era “pura” e, como se tivesse sido traído, expulsa a esposa da sua vida.

Atordoada com tudo, Nare tenta suicídio, mas sem sucesso (Graças a Allah!).

Dias depois, descobre estar grávida (de Sancar).

Passam-se oitos anos e Nare procura Sancar e apresenta-lhe a filha: Melek.

No entanto, nesse retorno, Gediz e Nare se conhecem por acaso no aeroporto e o mocinho fica fascinado por Nare.

Gediz é o melhor amigo de Sancar, porém ele só conhecia Nare das lendas folclóricas. Encantado, de imediato Gediz faz de tudo para aproximar-se de Nare.

E hajam episódios para esse triângulo amoroso que tem causado muitas intrigas nas redes sociais!

Mas, afinal, o que temos em NarSar e NarGed?

1 – No enredo de promoção da série,
NarSan são apresentados como os protagonistas. Seguindo as lendas e as história romanescas, o roteiro parece reproduzir que o casal protagonista está destinado a ficar juntos no final. Já na apresentação de NarGed, Gediz inicialmente é apresentado como antagonista, não com vocação para vilanias, mas o causador de alguns conflitos.

2 – O Perfil de Sancar e Gediz:

Sancar representa a tradição e os costumes. É machista, justificando seus erros com a religião. Mas é incapaz de amar incondicionalmente, perdoar e ser caridoso com o próximo. É movido pela ira, mal humorado, desconfiado e de semblante fechado.

Gediz é livre das amarras da tradição, filtrando o que há de bom e agindo sem ser desrespeitador. Novo homem, é encorajador do empoderamento feminino. Ele é muito carismático e risonho. Vive intensamente, procura ajudar o próximo, perdoa, e evita julgar seu semelhante.

3 – NarSan x NarGed:

NarSan se resume a lágrimas, sofrimento e desconfianças. O casal tem poucos momentos felizes, e uma lista enorme de maus momentos. Sancar mentaliza Nare como “sua”. Eles representam uma história de amor não vivida.

NarGed há cumplicidade, confiança, humor e leveza. As cenas dos dois tem mais sorrisos, alegria e boas vibrações. Gediz entende seus limites com relação a Nare, e sempre procura respeitá-los. Eles representam um nova história de amor que pode curar tudo.

Enfim, NarSan representa o velho clichê das séries Turcas, as mocinhas sofrem, mas a elas é dada a obrigação de engolir as lágrimas e perdoar o homem, porque ele é o “herói”, mesmo que ele tenha vocação para vilão.

Sancar merece perdão SIM, e Nare sem dúvidas é capaz de fazer isso, mas a questão é: Sancar é capaz de mudar? Talvez sim, talvez não. O fato que ninguém merece viver preso a incertezas e as mudanças de humor dele. Como também, é preciso relembrar que perdoar não é reconciliar-se como um casal, mas no caso de NarSan, é deixar ir e desprendesse do passado.

NarGed é a esperança! Gediz é colocado na série com potencial para ser herói, mas resta esperar para saber se os roteiristas serão capazes de fazê-lo, pois será um desperdício reduzí-lo a um mero ombro amigo. Assim. como na vida real, enquanto há vida, nós temos esperanças, esperanças de NarGed ser um casal real, na série.

Texto por: L. Maricota.

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CAROLINA É A MELHOR PERSONAGEM DA CARREIRA DE JULIANA PAES

Totalmente Demais está de volta ao horário das sete da Globo desde que as gravações das novelas inéditas foram interrompidas por conta declaração de pandemia da COVID-19.

Está sendo maravilhoso poder rever a trajetória da vendedora de flores Eliza (Marina Ruy Barbosa) e sua trajetória até se tornar uma top modelo. No entanto, o que mais me chama atenção na reprise não é a mocinha da trama, mas sim sua principal antagonista: Carolina Castilho.

A editora-chefe da revista que dá nome à novela tenta de todas as formas atrapalhar os planos de Eliza de se tornar modelo e ajudar sua família. Em meio a isso, alimenta o sonho de ser mãe e tenta engravidar do cafajeste Arthur (Fábio Assunção), que não pode ter mais filhos por conta de uma vasectomia, mas a engana e faz Carolina acreditar que pode engravidar dele.

A personagem e incrível e a atuação de Juliana Paes é arrebatadora, fazendo o público viver uma relação de amor e ódio com ela, pois se enfurece quando ela arma pra cima de Eliza, mas se sensibiliza quando Carolina desaba em seus momentos de sensibilidade.

Que Juliana Paes é uma das atrizes que mais se entregam à personagem não é novidade pra ninguém. Quem a assistiu como Bibi Perigosa, de A Força do Querer (2017), ou como Maria da Paz, em A Dona do Pedaço (2019), com certeza já se emocionou alguma vez com o olhar de sofrimento que a atriz imprime aos tipos que interpreta. No entanto, nada se compara ao que ela, juntamente com os autores Paulo Halm e Rosane Svartman, construíram com a dúbia Carolina.

A personagem tem atitudes reprováveis em diversos momentos e poderia muito bem ter trilhado para o caminho óbvio da vilania, afinal não é qualquer atriz que dá conta de uma personagem tão dúbia. Só que Juliana Paes não é qualquer atriz e pegou toda a dubiedade de Carolina pra si, fazendo dela o maior trunfo da novela.

Entre os destaques, a sequência exibida no último sábado merece ser aplaudida de pé, a começar pelo texto sensível e pela direção apurada, mas também (e principalmente) pela arrebatadora atuação de Juliana Paes.

A sequência mostra Carolina descobrindo através de Pietro (Marat Descartes) que Arthur fez vasectomia e escondeu dela. Depois de quebrar tudo em sua sala e ser consolada pela assistente Lu (Juliane Trevisol), de quem sempre pega no pé, ela despeja tudo que descobriu na cara do personagem de Fábio Assunção.

É uma sequência emocionante e Juliana Paes, assim como nas demais, deu show de interpretação e nos sensibilizou com o drama daquela dúbia mulher, provando mais uma vez que é capaz de interpretar qualquer personagem e também que Carolina não é apenas a melhor personagem da novela, mas também que é a melhor da carreira dela.

Texto por: O Noveleiro.

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“Evet”, nós amamos séries Turcas!

A princípio a Band foi a responsável por conectar o Brasil com a Turquia, mas hoje as séries turcas fazem parte da vida de quase 20 mil brasileiros.

Para manter-se atualizados, os brasileiros acompanham as séries pelos sites oficiais e mídias sociais, e sim muitos assistem ao vivo em turco.

Ademais, para ficar mais acessível, as “mão-de-fadas”, legendam os episódios em Português e compartilham cotidianamente em grupos específicos.

Meninas “çok tesekkurler”!

Enfim, o que há nas séries Turcas?

1 – Os dramas românticos: o amor se desenvolve em uma perspectiva poética, é o acender da fogueira da paixão. A ausência de apelos sexuais, as séries encenam como é amar, com as mãos, com toques carinhosos que se declaram e olhares que dizem “eu te quero”. Muitos enredos focam em casamentos arrumados e casais improváveis/opostos e daí rendem histórias de amor dignas de suspiros, lágrimas e arrepios!

2 – A cultura, costumes e cenários: as séries propõem uma viagem a lugares deslumbrantes e despertam a vontade de conhecer um novo idioma, cultura, religião, tradição, culinária e costumes. É a sensação de conhecer cada canto de Istambul.

3 – Ficção mais fantasiosa: segundo o público, “a vida muitas vezes já é ruim”, o que faz a fantasia apresentada nas séries Turcas afugentar da mente os problemas do cotidiano.

4 – As surpresas no Enredo: Outro ponto favorável é a construção dos enredos, que costumam surpreender o fandom com modificações repentinas e/ou radicais, mostrando que “nem tudo é como o esperado”. Só resta ao público aguardar ansiosamente pelo próximo episódio.

5 – As celebridades turcas: esse tópico tem causado suspiros na terra Tupi, graças a atores como Akin Akinozü Aras Bulut, Baris Arduç, Can Yaman, Ibrahim Çelikkol e outros, além das beldades Birce Aklay, Demet Ozdemir, Cansu Dere, Ebru Sahin, Elçin Sangu, Hander Erçel, entre outras. Alguns atores se destacam pela boa atuação e pelo carisma, a exemplo de Can Yaman, que recentemente veio ao Brasil e atendeu carinhosamente as fãs brasileiras.

São muitos os motivos para o sucesso das séries/novelas turcas e seu universo.

Entre as séries mais assistidas e comentadas pelo fandom brasileiro estão as vetereranas As Mil e Uma noite e Sila, exibidas pela Band. Além dessas, temos as séries finalizadas Afili Aşk, Azize, e Siyah Beyaz Aşk.

Outros sucessos, inclusive já reprisados, Erkinci Kus e kiralik Aşk. E as queridinhas em exibição Çukur, Doğduğun Ev Kaderindir, Hercai, Kurulus Osman, Ramo, Sefirini Kizi, Yemin e Zümrüdúanka.

Olha, esses são apenas alguns títulos, por que se tem uma coisa que os Turcos amam é produzir séries em grande escala.

*evet: sim.

*çok tesekkurler: muito obrigado!

*oha: wow, uau.

Em breve, aqui no blog Nos Minímos Detalhes, novas postagens sobre séries Turcas.

Görüsurüz bay bay! (Até logo, Bye Bye!)

Texto por: L. Maricota.

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Leah Touhy: A mãe de Big Mike

Muitas mulheres passam a vida querendo torna-se uma grande MÃE, no entanto, as grandes mulheres, sem dúvidas, tornam-se mães maravilhosas!
Prova disso é Leigh Anne Tuohy do filme Um Sonho possível ( 2009).
Vamos analisar Leigh Anne Tuohy Nos mínimos detalhes:
Vida profissional, ok!
Vida amorosa, ok!
Filhos, ok!
Tudoooo ok!

A família Touhy era uma família bem típica de propaganda de margarina, a família PERFEITA.

Do outro lado, no sub-mundo, vivia Big Mike, um garoto de aproximadamente 16 anos, grandão, negro, mãe drogada, com traumas psicológicos, nível de escolaridade baixo, ou seja, só problemas.

Mas, quem se importa?

Leah Touhy se importa.

Um certo dia, o caminho de Big Mike cruzou com da Big Leah. Pronto, a humanidade de Leah falou mais alto. Ela sentia os problemas do Big Mike como seus. Leah, sobretudo, tinha fé no próximo, era leal ao mandamento “amar ao próximo com a ti mesmo” e amar compreende cuidar e importar-se de coração.
O destino de Big Mike a partir desse encontro nunca mais seria o mesmo.
Leah acolhe Mike, faz ele sentir-se da família. Ela mostra aos filhos grandes ensinamentos, não por palavras, mas sim por ações.

A princípio, o marido de Leah tem receio do novo integrante, mas como companheiro de longas datas, ele aprendeu a acreditar na fé da esposa, assim Sean entende o que é certo a partir das ações de Leah, passando a apoiar a esposa. Juntos, acolhem Big Mike na família Touhy como filho, sem distinção.

De fato que o otimismo, a força e especialmente o amor de mãe foram os fatores essenciais para a repaginada na vida do Big Mike. O jovem órfão, fadado ao fracasso agora tinha moradia, família, educação, dois irmãos, a Collian e o S.J.
O amor incondicional familiar mudou toda a vida do jovem!
Outro ponto, que não pode passar desapercebido é a adoção de Michael. Por si o tema adoção sempre merece destaque, mas vamos lá: Mike já tinha licença para dirigir, poucos dias seria plenamente capaz, de um ponto de vista legal, os Touhy não precisava adotá-lo.
De um ponto de vista legal, mas quem disse que adoção é apenas um processo legal? Ele envolve vidas e sentimentos e quando falamos nesse tema, estamos em uma seara que lei nenhuma consegue entrar.
Adotar, com base no que foi explorado no filme (por sinal, é baseado em faros reais), não é e nunca deve ser um processo de compaixão por parte do adotante. Adoção é um ato de amor, é familiar e só quem é capaz de ser família e capaz de amar deve adotar.
Os Touhy fazem justamente isso, são família e tem a capacidade de amar o próximo. Eles conquistaram Big Mike e juntos eram uma verdadeira família, sendo o processo apenas um símbolo.

Enfim, Big Mike tinha grande potencial esportivo que conseguiu desenvolver e Leah Touhy provou que grandes mulheres sempre são grandes mães.
O mundo está cheio de filhos como Big Mike, em abrigos, nas ruas, nos orfanatos. Outros Michael estão em suas casas, no seio familiar porém abandonados porque suas famílias não são grandes como a Big Leah.

Texto por: L. Maricota.

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ÊTA MUNDO BOM MARCOU RETOMADA DE WALCYR CARRASCO ÀS SUAS RAÍZES

A reprise de Êta Mundo Bom, novela de Walcyr Carrasco exibida originalmente em 2016, está no ar desde a segunda-feira passada e vem repetindo o sucesso da exibição original, batendo recordes de audiência.
Marcando a volta de Walcyr Carrasco às tramas de época no horário das seis, responsáveis por sua consagração na Globo, a novela é inspirada livremente nos contos Cândido, ou O Otimismo, publicado em 1759 pelo filósofo iluminista Voltaire, que deu origem originalmente ao filme brasileiro Candinho, de Abílio Pereira de Almeida em 1954.
Na história, que contou com 190 capítulos, Candinho(Sérgio Guizé) foi separado da mãe logo após seu nascimento e acabou sendo acolhido por um casal dono de uma fazenda, mas, quando cresceu, foi expulso de lá por se apaixonar pela primogênita da família, Filomena (Débora Nascimento).  Ele, então, seguiu para a capital em busca da mãe biológica e a procura foi o fio condutor de todo o enredo.
Abusando do humor caipira característico das obras do autor, Êta Mundo Bom nos brinda com uma fórmula mágica que nunca dá errado, tanto é que já havia tido grande êxito em tramas anteriores, como O Cravo e a Rosa e Chocolate Com Pimenta. Apresenta uma trama leve e engraçada, mas sem grandes inovações, que cumpre seu papel de folhetim, fazendo o público rir com cenas engraçadas e se emocionar nos momentos mais dramáticos.
Obviamente nem tudo são flores, a começar pelo casal protagonista, que não caiu nas graças do público e, assistindo à reprise, dá pra entender o por quê. Os atores não tem a menor química e o enredo que os acompanha não ajuda, já que os dois ficam separados por motivos tolos e parecem conformados por isso em alguns momentos, embora tenham lampejos de lucidez que os fazem lembrar do suposto amor arrebatador que sentem um pelo outro. Não faz o menor sentido.
Em contrapartida, outro casal exala química e conquista o telespectador através de uma história engraçada e romântica, que fisga principalmente pela ingenuidade dos personagens. Trata-se de Mafalda (Camila Queiroz) e Romeu (Kleber Toledo), que mais tarde acaba formando um triângulo amoroso com Zé dos Porcos (Anderson de Rizzi). Os atores estão ótimos e eles ainda protagonizam junto à sempre perfeita Rosi Campos (Eponina) a divertida busca pelo “Cegonho”, o maior êxito da novela.
Quem também merece destaque é Bianca Bin, intérprete da sofrida Maria, que perde o noivo num acidente logo depois de descobrir estar estar gravida. Ela é expulsa de casa pelo pai e é acolhida por Anastácia (Eliane Giardini), mãe de Candinho que contrata a moça como empregada por entender o drama de ser mãe solteira na década de 1920, época em que se passa trama.
A história de Maria fez tanto sucesso que se tornou praticamente a protagonista da trama, ofuscado a personagem de Débora Nascimento.
Com mais acertos do que erros, Êta Mundo Bom é uma das melhores novelas de Walcyr Carrasco e prova como o texto do autor se encaixa em novelas de época, tanto é que detém o título de maior audiência do horário na década e, em sua reprise, ultrapassa os números de Novo Mundo, que está sendo exibida no horário das seis.

Texto por: O Noveleiro.

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JOY, UMA MÃE PARA ALÉM DO QUARTO DE JACK

Falou em Mãe, impossível não pensar em Joy do filme “O Quarto de Jack” (2016). Sem dúvidas essa personagem merece ser analisada “Nos Mínimos detalhes”.
O filme destaca-se por desenvolver a relação materna entre Joy e seu filho Jack. Joy, ainda adolescente, foi sequestrada pelo Velho Nick e obrigada a viver em um cativeiro. Sem saída, ela experimentou vários tipos de violência, entre elas o estupro que resultou em uma gravidez. Foi aí que nasceu Jack.
O filme não cai nos clichês do drama materno, ele vai além ao explorar o tema “o que é tornar-se mãe”. Isso mesmo, algumas pessoas insistem em acreditar que todas as mulheres nascem prontas para a maternidade, como um programa pré-instalado só aguardando a hora de ser acionado, e pronto, simples assim! Lindo né? Só nos filmes de quinta. Por isso, “O quarto de Jack” revela que a maternidade vai além das questões biológicas.
Nos primeiros minutos do filme você sabe que Joy é uma mulher com problemas, mas não fraca. Joy é forte, inteligente e vive em perfeita harmonia com o filho. Mesmo em meio ao caos elq consegue tornar tudo mágico, criando para Jack, por meio da ludicidade, um mundo feliz. Desse modo, o cárcere de 10m² transforma-se num mundo cheio de encantos para a criança. E nessas cenas você pensa: Que mãe extraordinária!
Porém, é aí que o filme surpreende: Joy representa um grupo de mães silenciadas, muitas vezes invisíveis e julgadas. Ficamos fascinados no primeiro momento com a atuação de Joy, a mãe forte, porque, no fundo, não esperamos menos das mães, elas sempre são taxadas como: fadas, heroínas, deusas e mulheres que vivem ou devem viver em prol dos filhos.
Enquanto estamos fascinados com essas atuações maternas esquecemos que Joy na verdade é uma jovem violentada e encarcerada. Não é admirável o fato de o filme ter por nome “O quarto de Jack”? Ao pensar direito, o filme não é sobre Jack especialmente, ou sobre uma mãe jovem que tem um filho (fruto de um estupro), mas sobre uma mulher que sofreu para ser mãe e que passou por um doloroso processo para tornar-se uma. E o quarto claramente, trás à tona que Joy estava presa àquele espaço, ao velho Nick, ao Jack e a Joy adolescente. Esses sentimentos, de certo, foram apresentados em uma perspectiva psicológica admirável.
Consequentemente, o drama inicia logo após a saída do “quarto sombrio”. Nesse desenrolar o filme desvela que liberdade não é uma questão exatamente física e que decidir ter um filho ou querer viver não é uma decisão mais importante que uma mãe toma, mas como viver juntos e enfrentando as dificuldades em uma relação recíproca de cumplicidade e amor é o que mais importa na maternidade. Bom, podem pegar os lenços pois o drama de Joy é digno de lágrimas.
Em suma, no ápice dos conflitos sentimentais, Joy “livre” retorna à realidade, não mais a mesma, não sozinha e a liberdade para ela agora era um problema, como olhar no espelho e não ver sua imagem, mas a de outra. E aí, iremos descobrir para além de “O Quarto de Jack” que o verdadeiro amor materno não surge com o nascimento de um filho, mas na cumplicidade diária, nos acertos e desacertos da vida e especialmente com o amor recíproco.
É isso, nem toda mulher é Joy, nem todas Joys nasceram para serem mãe de Jack. O importante é que cada história tem seu próprio percurso e cada mulher tem sua luta e que tornar-se mãe é uma decisão particular que envolve a construção de sentimentos, nem todas as Joys conseguem sair d’O Quarto de Jack, mas você que está do lado de fora pode ajudar uma Joy a enxergar o mundo para além de uma minúscula janela.

Texto por: L. Maricota.

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FINA ESTAMPA É A NOVELA ERRADA NO MOMENTO CERTO

Quando O Sétimo Guardião estreou, em novembro de 2018, muito se falou sobre o percetível desgaste no trabalho do novelista Aguinaldo Silva. As auto-referências em diálogos fraquíssimos faziam o público se questionar o que havia acontecido com aquele brilhante autor que, no passado, presentou o público com sucessos arrebatadores como Tieta, A Indomada e Senhora do Destino. Como o criador das icônicas Perpétua, Maria Altiva e Nazaré Tedesco tinha criado uma antagonista tão sem graça como Valentina Marsala? Essa era a pergunta que muitos se faziam, sem perceber que não era a primeira vez que o autor havia perdido a mão, embora tenha sido, sem sombra de dúvidas, a pior de todas.
Fina Estampa, no ar em reprise na Globo no seu horário original devido à pandemia de COVID-19, é a prova de que o autor há muito não era o mesmo dos tempos áureos de sua carreira.
Na novela, exibida originalmente entre 2011 e 2012, acompanhamos o antagonismo entre Griselda Pereira, o marido de aluguel Pereirão, e Tereza Cristina, uma rica e arrogante madame. Além delas, o mordomo Crodoaldo Valério, que funcionava inicialmente como uma espécie de escada da vilã, mas fez tanto sucesso que acabou ganhando até dois filmes com com seu nome – Crô (2013) e Crô em Família (2018).
Crô, aliás, é um dos grandes problemas do enredo de Fina Estampa. Afetado ao extremo e cheio de estereótipos exagerados, o personagem sempre esteve muitos tons acima, o que não sabemos ao certo a quem atribuir, se ao texto do autor, à atuação de Marcelo Serrado ou à direção pouco inspirada de Wolf Maia.
Tereza Cristina humilhava diariamente o mordomo em situações constrangedoras e ele nunca reagia, servindo apenas como uma chaveirinho da madame. No entanto, com o avanço da história e o sucesso que o personagem estava fazendo, a saída que o autor encontrou para dar a ele o destaque que merecia foi a mais equivocada possível: criou uma dupla cômica formada por Crô e Baltazar, o motorista que espancava a esposa.
Um completo desserviço transformar um agressor de mulheres em alívio cômico da novela. Para piorar, uní-lo ao único personagem assumidamente homossexual e fazer graça com a homofobia do motorista. Se já era absurdo em 2011, hoje em dia, em pleno 2020, nem se fala.
Na história principal, um casal imensamente sem carisma que sequer termina junto no final e uma vilã querendo prejudicar de todas as formas uma mocinha que nunca fez nada contra ela. Um ódio injustificável e do qual o autor não fez a mínima questão de tentar explicar.
Tinha tudo pra dar errado! Mas não deu! Muito pelo contrário: deu tão certo que foi a novela de maior audiência da década, chegando a ultrapassar até o fenômeno Avenida Brasil, sua sucessora que parou o país.
Embora incoerente com o enredo e texto fracos que apresentava, o sucesso não é nenhum mistério, pois deve-se provavelmente ao forte apelo popular que a historia tinha, já que sua exibição se dava no momento em que acontecia a grade ascensão da chamada “nova classe C”, que impulsionou novelas como a divertida Cheias de Charme” (2012).
Apesar dos grandes e evidentes erros, vale ressaltar que Fina Estampa também acertou em alguns pontos, como é o caso da personagem principal, que alternava magistralmente entre o drama e a comédia, provocando identificação imediata no público, que amava acompanhar a trajetória de ascensão da trabalhadora Griselda, uma mulher batalhadora que acordava cedo diariamente para colocar comida na mesa de sua família. É a historia de muitas mulheres brasileiras e o momento em que ela ganha na loteria trazia uma sopro de esperança no coração dos telespectadores.
A identificação do público com a personagem é tamanha que a novela vem batendo recordes de audiência outra vez. Sua leveza agrada no contraste com o pesado momento que o mundo está vivendo. Traz um frescor em tempos de pandemia e seus números são tão altos que chegam a ultrapassar a audiência que vinha sendo conquistada pela inédita Amor de Mãe, antecessora da reprise e que deve voltar ao ar em breve. Isso apenas evidencia o que já havia sido constatado na exibição original: Fina Estampa é a novela errada no momento certo.

Texto por: O Noveleiro.

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